domingo, 18 de junho de 2017

Executivos 'fora da curva' ganham até 144% a mais


S

UOL - O melhor conteúdo
PUBLICIDADE

Executivos 'fora da curva' ganham até 144% a mais

Eles receberam salários até 144% acima da média do segmento em que atuam, pertencem a um grupo que faturou R$ 10 milhões no ano passado e são conhecidos no meio em que circulam, no alto escalão das empresas, como "executivos fora da curva".

Seus nomes, assim como os das companhias que comandam, são mantidos em sigilo em acordos de confidencialidade que preveem multas tão altas quanto os contratos que assinaram.

A remuneração desses executivos é negociada diretamente com os conselhos de administração e incluem salários mensais de "três dígitos" (R$ 280 mil a R$ 300 mil), bônus e incentivos de longo prazo -que podem abranger ações da companhia.

Cinco dos executivos do alto escalão que conseguiram ficar "acima da média" e se destacar em 2016 comandam empresas de consumo, commodity, varejo, incorporação e saúde (rede hospitalar).

A explicação para obter ganhos tão expressivos é que esses profissionais conseguiram comandar processos de reestruturação nessas companhias, que não só as fizeram sair do vermelho mas também crescer entre 20% e 30% mesmo com a retração da economia. Como dizem alguns consultores, é a turma do "deixa comigo que eu resolvo".

Além disso, são profissionais que executam projetos de curto prazo com alta expectativa de retorno.

Fotolia
Moedas
Salário que chega a R$ 300 mil é incrementado com bônus e incentivos de longo prazo

Pesquisas e estudos de consultorias especializadas no alto escalão mostram que as coisas não foram tão ruins para os que ficaram "dentro da média".

Dados da Page Executive, do grupo Michael Page, mostra que salários fixos de presidentes de empresas brasileiras variaram de R$ 44 mil a R$ 105 mil. A remuneração anual foi de R$ 916,5 mil a R$ 3,185 milhões, em média -incluindo a parte fixa, bônus (de 4,5 a 9 salários fixos mensais) e metas ou incentivos de longo prazo (de 3 a 8 salários fixos mensais).

As informações constam da pesquisa de remuneração de 2016-2017, com 1.015 executivos entrevistados, a partir de uma base de dados de 13 mil profissionais. Nas multinacionais, esses números estão um degrau abaixo, mas não muito longe das nacionais.

A demanda por executivos cresceu 15% no primeiro trimestre deste ano comparado ao último de 2016, diz Fernando Andraus, diretor-executivo da Page-Executive. Áreas como infraestrutura (com leilões de energia, novas concessões de rodovias e aeroportos), saúde e economia digital são as que mais têm demandado esses profissionais.

Quem são eles? "O perfil é de profissionais preparados para enfrentar um mercado cada vez mais globalizado. Muitos fizeram especialização ou MBA fora do país, têm fluência em inglês e numa terceira língua e profundo conhecimento em negociação avançada, desenvolvimento de negócios e influência", diz Claudio Toyama, CEO da Toyama&Co., empresa de consultoria de liderança, com sede em Washington e atuação em Londres e São Paulo.

Editoria de Arte/Folhapress
Diretores, presidentes ou CEOs negociam remuneração diferenciada
PUBLICIDADE

comentários

Caro leitor,

para comentar, é preciso ser assinante da Folha. Caso já seja um, por favor entre em sua conta cadastrada. Se já é assinante mas não possui senha de acesso, cadastre-se.

Faça seu loginCadastre-seAssine

eus nomes, assim como os das companhias que comandam, são mantidos em sigilo em acordos de confidencialidade que preveem multas tão altas quanto os contratos que assinaram.

A remuneração desses executivos é negociada diretamente com os conselhos de administração e incluem salários mensais de "três dígitos" (R$ 280 mil a R$ 300 mil), bônus e incentivos de longo prazo -que podem abranger ações da companhia.

Cinco dos executivos do alto escalão que conseguiram ficar "acima da média" e se destacar em 2016 comandam empresas de consumo, commodity, varejo, incorporação e saúde (rede hospitalar).

A explicação para obter ganhos tão expressivos é que esses profissionais conseguiram comandar processos de reestruturação nessas companhias, que não só as fizeram sair do vermelho mas também crescer entre 20% e 30% mesmo com a retração da economia. Como dizem alguns consultores, é a turma do "deixa comigo que eu resolvo".

Além disso, são profissionais que executam projetos de curto prazo com alta expectativa de retorno.

Fotolia
Moedas
Salário que chega a R$ 300 mil é incrementado com bônus e incentivos de longo prazo

Pesquisas e estudos de consultorias especializadas no alto escalão mostram que as coisas não foram tão ruins para os que ficaram "dentro da média".

Dados da Page Executive, do grupo Michael Page, mostra que salários fixos de presidentes de empresas brasileiras variaram de R$ 44 mil a R$ 105 mil. A remuneração anual foi de R$ 916,5 mil a R$ 3,185 milhões, em média -incluindo a parte fixa, bônus (de 4,5 a 9 salários fixos mensais) e metas ou incentivos de longo prazo (de 3 a 8 salários fixos mensais).

As informações constam da pesquisa de remuneração de 2016-2017, com 1.015 executivos entrevistados, a partir de uma base de dados de 13 mil profissionais. Nas multinacionais, esses números estão um degrau abaixo, mas não muito longe das nacionais.

A demanda por executivos cresceu 15% no primeiro trimestre deste ano comparado ao último de 2016, diz Fernando Andraus, diretor-executivo da Page-Executive. Áreas como infraestrutura (com leilões de energia, novas concessões de rodovias e aeroportos), saúde e economia digital são as que mais têm demandado esses profissionais.

Quem são eles? "O perfil é de profissionais preparados para enfrentar um mercado cada vez mais globalizado. Muitos fizeram especialização ou MBA fora do país, têm fluência em inglês e numa terceira língua e profundo conhecimento em negociação avançada, desenvolvimento de negócios e influência", diz Claudio Toyama, CEO da Toyama&Co., empresa de consultoria de liderança, com sede em Washington e atuação em Londres e São Paulo.

Editoria de Arte/Folhapress
Diretores, presidentes ou CEOs negociam remuneração diferenciada

Mais da metade das crianças vão seguir carreiras ainda inexistentes, diz estudo

UOL - O melhor conteúdo
PUBLICIDADE

Mais da metade das crianças vão seguir carreiras ainda inexistentes, diz estudo

O trabalho do futuro será mais flexível e autônomo. Graças a novas tecnologias, as tarefas repetitivas serão reduzidas e o caminho estará aberto para profissionais mais especializados, voltados a funções estratégicas, muitas ainda estão por vir.

Cerca de 65% das crianças de hoje seguirão carreiras que ainda não existem, de acordo com um estudo de 2016 da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Mas esse novo modelo não significa que o trabalho será totalmente "uberizado", afirma Sandra Sucher, mestre em gestão e professora da Universidade Harvard.

"Se o modelo fosse todo autônomo, a empresa não teria formas de treinar seus profissionais ou de mantê-los engajados e leais à organização", aponta Sucher.

Além disso, há demanda pelas posições tradicionais. "Os dois tipos de emprego, fixo e autônomo, devem ser oferecidos, já que muitas pessoas ainda buscam estabilidade", diz Cezar de Souza, doutor em administração e professor da USP.

Por isso, a estratégia tem sido oferecer a melhor parte da flexibilidade: horários mais soltos e equipes remotas, mas contratadas.

Segundo um levantamento de 2016 da Deloitte, que entrevistou 245 altos executivos em todo o mundo, 72% dos líderes acreditam que, nos próximos cinco anos, será possível gerir equipes espalhadas por diversas localidades.

A CI&T, sediada em Campinas (SP), tem pelo menos um gerente que trabalha em outro fuso horário: Dagoberto Souza, 37. Ele vive em Dourados (MS), com uma hora a menos em relação à sede.

"A vantagem é que você pode estar bem colocado no mercado mesmo fora dos grandes centros", diz.

O lado ruim, segundo Souza, é a falta da "hora do café". "Quando estou em São Paulo, marco um happy hour com parte da equipe."

Entre as funções de alta qualificação, a mais próxima de um modelo cem por cento autônomo é a do executivo temporário.

Futuro do trabalho

O economista Moisés Assayeg, 51, em seu escritório em São Paulo  Por: Adriano Vizoni/Folhapress 09/06/2017

[3 de 5]

O economista Moisés Assayeg, 51, já encarou projetos de seis a nove meses em grandes organizações de finanças e construção. Entre as demandas, reestruturar uma empresa ou criá-la do zero.

"Além da autonomia, a vantagem desse modelo é a agilidade. Entramos para resolver o problema rápido e partimos para a próxima. Tem que ter gosto por essa adrenalina", afirma.

AGILIDADE

Novidades como inteligência artificial também estão ganhando espaço em empresas como o banco Santander, que está remodelando as formas de se relacionar com o cliente usando o recurso.

"Vamos introduzir essa tecnologia na gestão de relacionamento com empresas de comércio eletrônico. Temos pessoas destacadas apenas para buscar formas de agilizar os processos", diz o administrador Maxnaum Gutierrez, 37, que coordena a área dentro da organização.

O ganho de tempo no trabalho pode se refletir nos resultados econômicos do país, segundo a consultoria Accenture. Até 2035, só a inteligência artificial poderá trazer ganhos produtivos de 40% nos países desenvolvidos.

Segundo James Wright, coordenador do programa Profuturo da FIA (Fundação Instituto de Administração), que investiga novas tendências de mercado, será impossível não olhar para esses recursos.

"A população ativa vai deixar de crescer, e para termos avanços de renda será preciso aumentar a produtividade. Isso só acontecerá se nos aliarmos à tecnologia", afirma.

comentários

Caro leitor,

para comentar, é preciso ser assinante da Folha. Caso já seja um, por favor entre em sua conta cadastrada. Se já é assinante mas não possui senha de acesso, cadastre-se.

Faça seu loginCadastre-seAssine